Discutir as dificuldades que os negros enfrentam ao procurar o atendimento médico público do Sistema Único de Saúde, o SUS. Esse é o objetivo do Dia de Mobilização Pró-Saúde da População Negra, organizado por entidades nacionais, estaduais e municipais que representam os afro brasileiros em parceria com o governo.
Belém, no Pará; São Luis, no Maranhão; Macapá, no Amapá; e Porto Velho, em Rondônia são as capitais situadas na Amazônia Legal com programações no dia 27 deste mês.
O articulador da mobilização nacional, José Marmo, explica quais as preocupações quando se trata da Amazônia legal:
SONORA: O objetivo dessa mobilização é a implementação da Política Nacional de Saúde Integral, principalmente nos estados da Amazônia. Porque a Política já vem acontecendo, de alguma forma, nos estados do sul e sudeste. E, na Amazônia nós sabemos que, por ser uma população negra, mas também cortada por rios, as doenças hídricas são fundamentais para trabalhar na Amazônia. Além, é claro, do combate ao racismo.
Os estados têm liberdade para definirem a programação local. Em Porto Velho, por exemplo, vai acontecer o Primeiro Seminário Estadual de Saúde da População Negra. De acordo com o presidente do Centro de Cultura Negra, Silvestre Antônio, 20 dos 52 municípios do estado participarão do debate. O objetivo do seminário é verificar se a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, criada pelo Ministério da Saúde, em 2006, está mesmo sendo aplicada.
A medida do Ministério da Saúde estabelece o enfrentamento do racismo no SUS por meio de treinamento das pessoas que trabalham com saúde e maior atenção à prevenção e ao tratamento dos problemas que mais atingem a população negra.
Entre as doenças que mais vitimam os negros estão a tuberculose, a eclâmpsia, que é a hipertensão arterial em mulheres grávidas, e doenças infecciosas. A violência também é um grave problema. O risco de um homem negro de 15 a 49 anos ser vítima de homicídio é duas vezes maior que o risco de um homem branco na mesma faixa etária. Os dados são de 2008, divulgados pelo Ministério da Saúde.
De Brasília, Cristina Sena